Quando não posso controlar

Na vida existem momentos os quais não podemos controlar ou prever.
Eles nos afetam profundamente, frustram nossas expectativas futuras, abalam nossos sonhos.
São aquelas situações problemáticas que se pudéssemos não passaríamos.
Diante delas nos sentimos impotentes, não enxergamos saída, desanimamos, desabamos em choro ou desistimos de lutar. Muitas vezes perdemos a fé, a esperança some dos nossos olhos.

Seja um desemprego, falência dos negócios, doenças, adquirir alguma limitação, descobrir que seu filho tem alguma deficiência ou está muito donte, acidentes de trânsito, morte, traição, entre outros. Diante de momentos assim, temos duas opções de escolha: Culpar o destino e se perder na lamentação diante da incontrolabilidade desses eventos, os quais não foi escolha sua viver, ou então você elabora em você as mudanças necessárias para sair desse caos aprendendo algo e ressignificando sua vida, levando em consideração que algumas coisas vão prevalecer e outras você precisa mudar.

No dia que comecei a rabiscar esse texto, minha pretenção era falar sobre o sofrimento das algumas pessoas que tentam controlar o incontrolável e por isso acabam desenvolvendo ansiedade, sentimentos de culpa e fracasso. Não podemos controlar sentimentos, não podemos controlar como o outro vai se comportar ou como vai se sentir. Não podemos resolver os problemas das pessoas que amamos, não podemos fazer o outro enxergar a vida como nós. O que posso fazer diante dessas situações então? Algumas vezes o que nos resta é aceitar que as coisas não serão como queremos, aceitar que outros são livres para seguir por certos caminhos, mesmo que pareça errado pra você. Diante desta nova realidade, mesmo frustrado devemos tentar fazer apenas o que podemos.

Semanas atrás quando comecei a escrever sobre isso, eu nem imaginava o que estávamos prestes a enfrentar. Um dia estava tudo normal e a rotina seguia como sempre e no outro dia de repente as pessoas tiveram que ficar em isolamento social, um medo do desconhecido invadiu o coração das pessoas, uma batalha emocional contra o pânico e o desespero começou, o inimigo invisivel e pouco se sabia sobre ele, mas seu poder de destruição parecia imenso. O medo não era do virús em si, mas do que ele podia fazer. Alguém que amo poderá morrer? como farei para pagar minhas contas se não vou trabalhar? se eu adoecer e contaminar minha família? Não vai ter vaga nos hospitais pra todo mundo? Algumas pessoas estão com medo, isoladas, outras estão em negação achando que tudo isso é uma mentira ou exagero. As redes sociais não param de falar disso, muitos estão sem ir para seus trabalhos, as crianças e jovens estão sem ir para a escola, as igrejas estão fechadas, alguns acreditam que é o fim do mundo ou o incio do fim para algumas pessoas.

Quero falar da minha experiencia diante deste caos. Nos primeiros dias após ser bombardeada de tanta notícia ruim fiquei angustiada e com medo, imaginei tanta coisa ruim que poderia acontecer, tive medo de perder as pessoas que amo e chorei por saber que uma pessoa em especial esta longe de mim agora. Minha vontade era de colocar todos que amo numa bolha para que nada acontecesse com eles, mas eu não podia fazer isso. Eu acordava pela amanhã e queria que tudo isso fosse um pesadelo. Depois de alguns dias comecei a me sentir melhor, tentei criar pensamentos positivos, não focar no sentimento de medo, criei uma rotina para mim, fiz atividade física em casa, li um livro, assistir filmes e series, estudei, organizei coisas que sempre adiava, interagi com meus amigos pelas redes sociais. Estou tentando não sofrer por antecedência e acredito que quando tudo isso passar algumas pessoas não serão mais as mesmas. Eu sei que coisas ruins podem acontecer e não sei exatamente o nível e intensidade que elas podem me abalar, mas nesse momento ainda não aconteceu o pior então preciso focar no que posso controlar, pode parecer pouco, mas em dias de gerra precisamos cuidar da nossa saúde mental.

Finalizo esse texto com palavras de esperança... Nenhum sofrimento dura pra sempre, tudo isso vai passar, vamos superar mais essa crise, não estamos sozinhos, diante do medo de perder somos todos iguais. Os planos podem mudar a todo momento, a gente pode mudar de repente também, mas não é o fim, é apenas uma mudança para novos inícios. Tente enxergar a esperança mesmo quando ela parece tão distante. Confiar em Deus sempre, mas não esquecer de fazer nossa parte.

Plantei amor

"PLANTEI O AMOR EM MIM, PARA QUE EU PUDESSE FLORESCER"

Um dia fui semente e a trajetória até aqui foi marcada de tempos difíceis. Nem sempre fazia sol suficiente e o inverno as vezes era rigoroso demais. Hoje me tornei uma pessoa delicada e forte ao mesmo tempo, alguém que floresceu. Preservei uma alma sonhadora, mas experiente diante da dura realidade que muitas vezes temos que enfrentar. 

Quem me conheceu anos atrás pouco sabe sobre quem eu sou agora. Um dia alguém me falou que minha maior qualidade era a espontaneidade. Essa característica eu preserve e até aperfeiçoei ao me livrar de certos medos que me prendiam.

Eu nasci para cultivar o amor, penso se no passado amei errado, talvez sim quando amei mais ao outro do que a mim mesma ou quando entendi o amor como um fardo pesado que eu tinha que carregar por não poder mais amar quem eu queria.

De toda forma creio que todas as formas de amor que encontrei ao longo do meu caminho moldaram quem me tornei, me ensinaram a amar de forma autentica e a não aceitar menos do que mereço. 

O amor já se mostrou pra mim em diferentes formas. Ele passeou entre cartinhas de amor, indiretas disfarçadas de verdades, uma amizade verdadeira, uma paixão proibida e intensa, um esconderijo secreto, um dilema entre a paz e a incerteza, uma calmaria bem definida de planos para o futuro, uma vontade de enfrentar o mundo, um desespero de imaginar que o amor só gera dor. 

E entre tantas idas e vindas o amor mesmo sabendo nadar se afogou em suas próprias lágrimas. Pois amor por maior que seja não se sustenta sendo regado na ingratidão e na mentira. 

Mesmo em meio a tantas barreiras emocionais, mesmo diante do medo de amar e sofrer outra vez. Eu me permitir plantar o amor novamente em mim e então floresci.