terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

O medo bobo

A gente se conheceu em agosto de 2007, uma amiga minha nos apresentou, ele estava com uns amigos e eu não sabia nada sobre ele, percebi que ele era de poucas palavras, mas adorava sorrir, bem diferente de mim que não parava de falar. Ainda não era amor, ainda não era nem amizade, mas eu gostava de sentir o olhar dele na minha direção e gostava de fazer ele sorrir quando eu contava algo engraçado.

A capela do meu bairro estava em festa, e a noite a praça estava bem movimentada, pessoas conversando e comendo comidas tipicas, crianças fazendo filas para rodar nos parques de diversão. Naquela noite após a novena eu encontrei ele na praça por um acaso, ele estava sozinho e fui ao encontro dele, nos cumprimentamos e como de costume ele me deu um abraço bem forte, depois estedeu a mão e me ofereceu um bombom. Brinquei com ele dizendo:
_ Você esta me oferecendo por educação ou esta dando de coração? só vou ceitar se for de coração. 
Ele deu um sorriso meio sem graça falou:
_ É de coração.
Naquela noite conversamos bastante, mas na maior parte do tempo eu falava e ele me escutava. Ainda não era amor, mas era bom conversar com ele. naquela noite o tempo passsou rápido e tive que ir embora.
Com o tempo nossa turma de amigos começou a desconfiar que estava surgindo um clima entre a gente, e passou a fazer comentários que nos deixava sem graça, mas ninguem desmentia o interesse, apenas sorria um pro outro. Você deve estar se perguntando: Se havia interesse entre vocês por que não tinha rolado nada ainda? Vou explicar. Eu era uma adolecente muito insegura, ele me tratava bem é verdade, mas e se fosse o jeito dele? e se ele tratasse assim todas as meninas que ele conhecia? e se agente se beijasse e ele nao gostasse do meu beijo? porque eu so tinha beijado uma vez na minha vida e todo mundo sabe que o primeiro beijo nunca é bom, eu não tinha experiencia neste assunto, mesmo ja tendo 15 anos, e ele mais velho que eu com 21 anos, ja tinha ficado com outras meninas. Eu sei que eu demostrava ser extrovertida na frente dos outros, mas o que ninguém sabia era que eu morria de medo quando o assunto era ficar, na verdade devido a influencia da minha religião, pois eu frequentava muito a igreja e as vezes participava de grupo de oração, eu achava que isso era pecado, a esta altura do campeonato ele ja sabia minha opnião sobre isso e também tinha medo de tentar algo.

Quase todos os dias a gente se encontrava pela manha quando eu estava indo pra escola e ele estava indo trabalhar. A noite, quando eu ia pra missa, ao sair da igreja me encontrava com ele, acho até que ele ja ficava a minha espera. Teve uma vez que nos encontramos a noite, eu estava indo pra casa, e ele estava voltando do trabalho, ele parou, mas continuou em cima da bicicleta, começamos a conversar, eu estava em pé ao lado dele e coloquei minha mão em cima do guidon, ele aproveitou que minha mão estava perto da dele e então me fez um carinho. Eu fiquei sem jeito e sorri, senti que algo estranho estava acontecendo no meu estômago, não deixei que ele percebesse, nos despedimos e fui pra casa. Na quela noite eu tive Certeza que em breve ele ia se declarar ou pior que ele ia tentar me beijar e me bateu um desespero. 

Como esperado em uma destas noites de conversa ele tomou coragem e me falou que estava gostando de mim. E eu falei: _você tem certeza? sera que você não esta confundindo as coisas? o que eu tenho de tão especial assim? e ele falou que eu era diferente, que eu era linda por dentro e por fora e que sabia que eu não era menina de ficar e que queria algo sério comigo. Mas por incrível que pareça, nesta noite não nos beijamos, eu fui pra casa pensativa, e ele foi embora sem a resposta ainda.

A resposta demorou a chegar, na verdade eu nunca disse que queria, o que aconteceu foi o seguinte...

domingo, 18 de fevereiro de 2018

tentando começar do zero


era uma vez uma menina que morava em um sítio rodeada de arvores e animais, sonhava ser cantora e adorava brincar com suas bonecas. Quando aprendeu a escrever, descobriu o prazer de fazer cartas para as pessoas, fazia para as amigas, as primas, para as professoras e principalmente para seus pais. para ela escrever era algo mágico, geralmente suas cartas vinham sempre acompanhadas de desenhos e ao final uma marca de batom em forma de beijo. Um dia ela assistiu um filme que tinha uma personagem que escrevia diários e a parti daquele momento resolveu que iria fazer o mesmo. As vezes ao final do dia ela escrevia coisas que tinham acontecido, as vezes eram registros de felicidade outras vezes eram sentimentos confusos ou tristes. E quando mais os dias passavam, mais o simples caderno ia ganhando vida. Nem mesmo ela sabia porquê estava escrevendo, não era pra ninguém ler, apenas ela mesma. Queria deixar sua história registrada, de vez em quando voltavas as paginas e revivia seus momentos favoritos. Um dia ela pegou um livro e começou a ler, descobriu que podia viajar sem sair de casa, devorava as folhas com bastante entusiasmo e achou incrível. Ao final viu a foto do autor e sua mãe explicou que o mesmo já tinha morrido, pensou bastante sobre a morte e ficou triste. Ela ainda era criança, mas descobriu que livros eternizam seus autores, entendeu que mesmo depois da morte as histórias dos escritores permaneciam-no mundo e naquele momento desejou que sua vida também se eternizasse desta forma, que pessoas que ela jamais viu na vida podiam ler as coisas que ela escrevia.  E este foi o inicio do que futuramente viria a se tornar um sonho de escrever seu próprio livro. Com o tempo este plano foi perdendo espaço, continuou escrevendo diários e cartas, não tão frequente como antes, mas por desacreditar que alguém se interessaria em ler sobre sua história abandonou tal pretensão. quanto mais autores ela conhecia, mas ela se sentia pequena e acreditava que sua vida era normal e comum para virar um livro. Esta menina cresceu e ainda continua achando isso apesar de algumas pessoas já terem elogiado dizendo que ela escreve bem. Porém ela resolveu dar o primeiro passo e começou a escrever, ela ainda estar perdida, não sabe exatamente por começar, se pelo inicio ou pelo fim, já que um justifica o outro. Não sabe se coloca tudo, ou só as partes mais importantes sobre o que já viveu, pois pra ela cada momento foi indispensável, mesmo os que fizeram ela chorar. Ela tem dificuldade em resumir, mas ela vai tentar.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

queimando meu passado


Acabei de ler minha ultima postagem aqui e percebi como faz tempo que não escrevo nada. Sei que ninguém se importa com isso, creio que as pessoas não costumam acessar muito este blogger, poucas pessoas sabem que tenho ele. Na verdade quando eu criei ele, eu tinha outros propósitos e minhas inspirações vinham quase sempre dos meus sentimentos incompreendidos até por mim mesma. Desde criança eu costumava escrever em diários, não escrevia sempre, mas gostava de colar fotos, letras de músicas, rosas desidratadas, e escrevia sobre datas especiais ou tristes. Eu gostava de saber que minha história era concreta, que de certa forma o tempo não ia apagar tudo que eu estava vivendo, e meus sentimentos costumam ter sentido quando eu pegava numa caneta e organizava eles numa folha de papel. Guardei vários cadernos repletos de recordações e afetos, hoje eles literalmente viraram cinzas. Aqui em casa acabou de passar por uma reforma, eu finalmente tenho um quarto do jeito que eu sonhei, mas neste novo espaço não existe lugar pra guardar o que antes era quase um tesouro pra mim. Eu tive que desapegar, não foi fácil, eu poderia ter colocado no lixo, mas quando pensei que alguém podia encontrar e ler sobre coisas tão pessoais resolvi queimar todos. Isto me trouxe aqui, pensei em escrever sobre isso, não sei exatamente o porquê. Lembrei que ainda não escrevi um livro, como eu sempre quis, na verdade muita coisa que quero fazer ainda não fiz. Quando a gente é criança pensamos ser tão fácil realizar sonhos, achamos tão legal ser adultos e quando finalmente temos vinte e poucos anos  nossas prioridades e responsabilidades nos fazem muitas vezes desacreditar que será possível. Sinto muitas vezes que estou parada no tempo, numa situação confortável pra mim, estou parada por opção? não sei. Sempre me pego pensando até que ponto somos livres, ate que ponto realização pessoal depende só da gente. Apesar de ter queimado meu passado, ele ainda mora aqui dentro de mim, ele me fez ser quem eu sou, ele me levará a concretizar meus sonhos.