Durante a faculdade de psicologia ao aprendender um pouco sobre o universo que é a subjetividade humana, eu pude compreender também um pouco sobre mim mesma, fiz terapia por um tempo e também pude perceber as influências externas dos meus relacionamentos com os outros para que eu pudesse ser quem sou.
Eu sabia que minha autoestima era baixa e descobri que eu tinha algumas crenças limitadoras sobre mim mesma. Eu sentia medo das pessoas deixarem de gostar de mim e por isso eu queria agradar a todo mundo e acabava me sentindo culpada quando eu não conseguia ser o que os outros esperavam de mim.
Quando eu estava prestes a terminar a faculdade, achando eu que já havia superado essa desvalorização pessoal, me deparei com o fim de um relacionamento por conta de uma traição. Foi nesse momento que entendi que a lição maior eu ainda não tinha experienciado.
Eu ficava me questionando onde eu havia errado, o que eu fiz ou o que eu não fiz pra merecer isso, me senti trocada, descartada, desvalorizada, me senti um nada. Eu tinha raiva de mim mesma, por que durante muito tempo eu tive dificuldades de acreditar que alguém podesse me amar de verdade, encontrei uma pessoa e nao havia conseguido retribuir esse amor como a pessoa merecia e depois acreditei novamente que outra pessoa tivesse me amando e dessa vez eu sentia que o amava também.
E então foi como se a vida estivesse me mostrando que esse amor que eu buscava não existia. Me senti pequena, triste, com raiva e envergonhada. Eu tinha que levantar minha cabeça e seguir, mas era difícil, ninguém sabia o que realmente eu sentia.
Ter autoestima é um processo, não é da noite para o dia. Hoje eu vejo a situação diferente do que vi no passado. Hoje eu sei que não fui culpada de alguém não ter me amado e me respeitado como eu merecia. Hoje eu sei a pessoa maravilhosa que eu era e mais ainda quem sou. Sei meus pontos fortes e tento melhorar naquilo que ainda tenho dificuldades. Todos os dias na minha profissão me deparo com jovens (primacialmente mulheres) que não gostam de quem são, que não se amam, que aceita qualquer relacionamento vazio ou abusivo por achar que não merece alguém melhor ou que não conseguem viver sozinhas.
Passei um tempo solteira, por escolha minha, recebi propostas de namoros mas eu entendi que eu tinha que passar um tempo sozinha, eu tinha que construir uma relação comigo mesma antes de começar uma relação com alguém, mas antes de entender isso, eu beijei bocas vazias de sentimentos e toquei corpos que não me tocaram em nada. E então decidi que não queria mais isso, eu queria viver um amor de verdade, e por mais que todos os homens que se aproximavam de mim com propostas indecentes me fizessem desacreditar disso, eu não desistir. Quando eu me senti pronta, quando eu me amei verdadeiramente e entendi meu valor eu estava pronta para deixar outra pessoa me amar. E quando duas almas que amam a si mesmas se encontram elas podem transbordar esse amor que já existe.
Não queira ser a metade de ninguém, não busque ninguém pra te completar. Busque ser completa, inteira, se ame antes de querer desesperadamente que alguém faça isso por você. Não deposite em ninguém a responsabilidade de ser feliz, busque você mesma ser feliz, mesmo que você não tenha tudo que deseja. Felicidade não é está alegre o tempo todo, é entender que a vida é feita de altos e baixos, perdas e ganhos, mas que apesar de tudo vale apena ser vivida quando descobrimos uma razão.
