terça-feira, 27 de novembro de 2018

chuva de memórias

Esse dias o tempo esfriou, a chuva caiu e molhou toda cidade, ao dormir eu morria de calor, acordei e o clima estava tão agradável. Por um momento parei e senti algo, eu não soube definir bem o que era, era felicidade, era saudade, era esperança, ou era um turbilhão de lembranças que estavam associadas a chuva, ao frio. 
Aquele cheiro de chão molhado era algo tão nostálgico, uma sensação boa, como se meu coração estivesse recordando alguma lembrança especial, não consegui saber qual era. tipo quando você sente um perfume e sabe que já sentiu ele antes, mas não lembra muito bem onde foi, mas lembra que foi em algum momento bom da sua vida. 
Talvez seja o fim de mais um ano que esta aos poucos se anunciando, geralmente nessa época a gente fica mais sensível, mas reflexivo sobre a vida, a gente se permite sentir coisas que a correria do ano não nos possibilitou. A gente para e repara como é bom ficar a toa, sem se preocupar com nada. A gente lembra que as coisas mais importantes que temos, não são concretas e tocadas, são sentidas e guardadas na memória. 
Toda criança deveria tomar banho de chuva na infância, a mãe ameaçando que se você adoecer vai te internar no hospital, mas as crianças não se importa com as consequências, correm pela rua, correm pela estrada, brincam de jogar lama uma nas outros, balançam árvores para fazer cair as gotas de água acumuladas nas folhas. Isso sim é diversão!
A chuva é fascinante. Todo mundo deseja que ela venha, mas procura abrigo quando ela chega. Eu queria mesmo era sair na rua e tomar banho com água gelada da chuva sem se importar que tenho 27 anos, sem se importar se vou ficar doente. Ficar toda molhada e tremendo, sentir as mãos geladas e o coração quente. 
Ninguém deveria morrer sem dar um beijo apaixonado na chuva, a água caindo, os lábio se encontrando, os corpos juntos se aquecendo, se tocando, se arrepiando, a alma sente um arrepio e o corpo estremece. 
Todo casal deveria pelo menos uma vez na vida, no meio de uma tempestade, parar o carro em um rua deserta para fazer amor. Ele desligaria o carro, um olharia para o outro e sem dizer uma palavra entenderiam a proposta. Lá fora a chuva caindo, lá dentro dois corpos despidos de seus medos, se amando e embaçando o vidro com respirações ofegantes.
A chuva sempre vai me trazer lembranças boas, vai me fazer amar dormir bem enroladinha e acordar cedo sem querer sair da cama. Ela também vai me lembrar das loucuras que já fiz, das coragens que já tive, das paixões que já vivi. E vai ser ela que vai chegar de repente e vai me fazer reviver na memória coisas que eu nem lembrava mais.

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